quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Quetzacoalt

Há uma serpente que rasteja dentro de mim
a qual renego e acaricio
alternando culpa e orgulho
pureza e escárnio

Meiga e má
menina, mulher
velha ranzinza
suas manias e suas pragas
sou todas e sou nehuma

Sou negra parda índia
branquela azeda
o meu sangue azul-vermelho
sangue nenhum
minhas veias estão vazias
escorreram-se em versos

Sai poesia, sai a passear
leva contigo minhas tristezas
que já não as quero mais
leva contigo minha maldade
minhas mesquinhas perve-cidades
carrega meu ego insaciável e dai-lhe de beber

E me deixe aqui sozinha, sem mim
porque longe de mim eu posso criar asas
ser serpente emplumada
ser da terra que tudo vê.

5 comentários:

Anônimo disse...

Nossa... essa tocou...
bjss pretume

Michele Torinelli disse...

beijo letición! aguardo visita.

Eduardo Amatuzzi disse...

que bom sair do orkut e aproveitar mto melhor o tempo na internet, por exemplo, lendo o seu blog.
Parabéns Mi, essa é fantástica!

PS.Só não entendi o título

Adriano Ziber disse...

OLá mi, tudo bem? Quanto tempo!
Ahh, parabens!:Arte em grau superlativo!!!
Esta serpente emana algo psicodelico? Foste "buscar" Ela em outras dimensoes? Ou é endógena?
Bjo!

Michele Torinelli disse...

E aí Adriano, ressurgiste! Pena que não foste na última caminhada. Velu pelos parabéns, essa poesia foi baseada numa divindade maia, a serpente emplumada, e em mim mesma (meu "signo" maia é serpente), nas minhas angústias e buscas. Ó, na real esse blog ficou pra história, agora estou escrevendo no www.miradas.soylocoporti.org.br
Beijão!!!